Individualismo
- Marta Gaino

- 6 de dez. de 2008
- 2 min de leitura
Nós, Os individualistas inconscientes
Buscamos sempre a felicidade fora de nós mesmos esquecendo-nos daquela, latente internamente, que paciente espera para ser despertada por uma ação solidária em relação ao outro, um daqueles muitos infelizes que não tem a “pouca” felicidade que desprezamos.
Não nos contentamos com o que temos, sempre nos falta algo, que para nós representa o ideal de felicidade. Esse individualismo inconsciente não nos deixa enxergar a grandeza de tudo o que temos e portanto, não conseguimos repartir o que achamos “pouco”. O sonho da felicidade ideal imobiliza nossa ação, tornando a sua conquista cada vez mais distante e o presente cada vez mais angustiante, procrastinando a procura.
A alienação dos sentimentos em relação ao outro provoca a separação de nós mesmos, numa via de mão dupla. Quando não conseguimos encontrar nosso lugar no processo de vida em que estamos inseridos, o próximo fica tão distante que simplesmente não o reconhecemos como igual.
Nós, os poucos felizes, que não reconhecemos a fartura por almejarmos sempre mais, materialmente mais. Nós, os poucos felizes, que deixamos escapar os minutos, as horas e os dias de nossas vidas correndo atrás de tudo que brilha, esquecendo-nos do Sol, do olhar das crianças, de quem nos ama. Nós, os poucos felizes, que estamos cegos à procura de algo que ninguém pode nos dar, porquê já o temos e o qual muitas vezes desprezamos. Nós, os poucos felizes, que precisamos reconhecer nossa fragilidade, nossa necessidade de carinho e atenção, nosso apego às conquistas efêmeras do dia-a-dia. Nós, os poucos felizes, que carregamos o fardo da autopunição por nos afastarmos do essencial, do amor, da bondade, da solidariedade e da compaixão. Nós, que estamos nos perdendo pelo caminho e não compreendemos que somos “os poucos felizes” dentro do universo que nos mesmos criamos.
Acordemos!

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