A caminho de Albufeira
- Marta Gaino

- 20 de jun. de 2013
- 3 min de leitura
Saímos cedo para Albufeira. Pelo caminho vilas e aldeias com características mouras, casas lindas com suas chaminés artísticas, não achei outra palavra para descrever os desenhos e a arquitetura da região. Passamos por Vila Moura mas resolvemos conhece-la amanhã e fomos direto para as praias e falésias.
As praias são lindas, protegidas por entradas entre as falésias. A Água é friíssima! As paisagens maravilhosas e iluminadas pelo sol e um mar azulíssimo. Já repararam que a beleza é toda no superlativo?
Nas encostas da cidade estão construindo super-condomínios luxuosos, porém encalhados, pois a economia afastou os investidores do pás, aliás de toda a Europa pelos comentários. Casas prontas e em construção simplesmente fechadas ou abandonadas esperando que a crise passe.
Lá em Albufeira fomos nos encontrar com Alzira, uma colega do irmão de Sabrina, que nos recomendou fazer um passeio de barco, mas como queríamos conhecer a região preferimos seguir pela estrada. Combinamos voltar amanhã para ver o pôr-do-sol do barco, em uma das enseadas das falésias “Porque somos chiques demais”!
Seguimos até a praia de Nossa Senhora das Rochas. Praia linda, mas as pessoas ficam só na areia, quem se atrevia a entrar na água estava usando roupa de neoprene para aguentar o frio. Otávio e Sabrina arriscaram pôr os pés na água e voltaram congelados.
Lá no alto de uma das falésias existe uma igrejinha que, segundo a lenda, foi erguida por pescadores que estavam presos em uma tempestade e viram um clarão com a imagem de Nossa Senhora no alto da falésia, que os orientou até a praia e os salvou da morte certa. Em sua homenagem, os pescadores construíram a capela.
Depois seguindo em frente passamos por Vila do Bispo onde comemos uma cataplana de peixe e arroz de peixe. Delícia, mas a receita fica para outra hora. O restaurante foi o Ribeira do Poço. Aqui chopp é "Imperador" e cafezinho é "Bica"... Bispo é uma aldeia minúscula que tem no centro uma igreja e muito vento, mas lindinha como todas as outras. Depois veio Freguesia de Odiáxere, não sei porque mas esse nome me lembrou algum orixá, Deus é quem sabe!
Próxima parada Sagres, com toda a pompa e circunstância que o nome merece, mas fomos direto para conhecer a fortaleza. Acontece o seguinte: Sabe onde o vento faz a curva? É lá em Sagres!
Da fortaleza restam as muralhas e a igreja, imponentes ainda... no meio do pátio encontrei uma parte de um rosto em mármore que devia ter o tamanho de metade de nosso carro, fiquei imaginando como seria a estátua inteira! Voltei para o carro porque não aguentava o frio cortando o rosto.De lá dava para avistar o Farol do Cabo de São Vicente, na ponta do penhasco ao lado. Saímos e fomos direto para lá.
Confesso que não tive coragem de ficar no carro. Se o vento faz a curva em Sagres, ele dá um nó em São Vicente. É incrível a velocidade e o frio com que o vento sopra no farol. Não tem outra palavra mas “sopra” não é forte o suficiente, parecia que ia fazer o carro levantar voo.
Tudo muito lindo é claro, um mar azul indescritível e paisagens rochosas maravilhosas. Dizem que o corpo de São Vicente foi atirado ao mar desse penhasco no século 4, por isso o nome do lugar.
Todos os lugares pelos quais passamos até agora, da menor aldeia até as grandes cidades tem uma história secular e mereciam pelo menos um dia inteiro de atenção do turista, mas nós sempre apressados querendo cumprir nossos roteiros pré-estabelecidos.
Então, até amanhã,
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