Sobre águias e galinhas
- Marta Gaino
- 19 de jun. de 2009
- 1 min de leitura
Onde está minha coragem? Qual é o medo que me invade e me impede de mudar o que sei que preciso? Acabo me refugiando na poesia, mas sei que não é uma solução prática e eficaz para resolver minhas dores, apenas ajuda a respirar um pouco melhor.
Os animais que tenho dentro de mim estão me enlouquecendo.
Como escorpião a vontade que tenho é de ferroar e envenenar até a morte aquele que me machuca e está me dilacerando por dentro,
Minha serpente aguarda somente o momento de atacar e destroçar os músculos do corpo do inimigo que me cerca,
Aquela águia que reconheço em mim todos os dias está recolhida num galinheiro no alto dum penhasco encoberto por nuvens escuras e densas,
E minha fênix me olha pelo espelho pedindo que eu me reinvente e renasça de minhas próprias cinzas, lavando-me em minhas lágrimas até afogar-me para que morra e reviva forte, como sei que posso ser quando tenho a coragem de olhar em meus olhos e encarar-me de frente.
Queria que em meu território recoberto de inseguranças e covardia a partir de agora só tivesse lugar para águias.
Daquelas que estão dispostas a alçar vôos, trocar as penas e arrancar os bicos mesmo que cause dor e incertezas do sucesso no vôo.
Porque renascer como a fênix é um direito adquirido e é apenas isso que pode me impulsionar a sair do meu esconderijo.
Para ter mais coragem e definitivamente fechar as portas do galinheiro.
No qual tenho me refugiado amedrontada de mim mesma.
Esclarecer meus sentimentos e seguir em frente.
Marta

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