Pela vizinhança de minha rua
- Marta Gaino

- 1 de jul. de 2001
- 1 min de leitura
Andando outro dia, reparei numa casa que nunca havia visto antes em minha rua. Parei em frente, como se algo me impedisse de seguir e fiquei observando seu traçado, seus jardins bem cuidados, a rede na varanda, imaginando como podia ter passado por tanto tempo sem percebê-la em sua beleza singela.
Quando estava partindo a porta abriu-se devagar revelando uma figura no umbral que prendeu-me em seu olhar.
Por instantes quis perceber o rosto desse novo vizinho, sem no entanto, conseguir divisar sua imagem, magnetizada que estava por uma aura dourada que iluminava ainda mais aquele dia ensolarado. Simplesmente me disse: – Entre! Aqui não se paga nada para ser feliz. A não ser a coragem de arriscar!
Foi assim que descobri como os anjos abrem as portas do paraíso para aqueles que são contumazes em se esconder nas sombras do mundo Recusando-se a verem a felicidade que nos atropela em todos os dias de nossas vidas, nas coisas pequenas, belas e ingênuas com que somos presenteados a cada instante Enquanto teimamos em ficar com os olhos fechados.



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