O hábito
- Marta Gaino

- 2 de abr. de 2001
- 1 min de leitura
O hábito não faz o monge mas o faz lembrar de si e de quem escolheu ser. Da mortalha que costurou na pele, que o verga com o peso do tempo.
Nessa fortaleza que protege e oprime os que nela se refugiam com medo da vida, afugentados por suas consciências que gritam: – Viva!…Ame!…Enfrente o mundo!
Olhando no fundo d´alma encontramos ainda um fio de desejo, um traço de coragem, algo que nos mantém vivos pronto a acordar a qualquer momento
Basta uma fresta de luz para que se acenda e ilumine tudo irradiando fé e amor, buscando rasgar o traje que vestimos, nas armaduras que construímos para nossa fuga insensata de nós mesmos, de nossa essência divina de amor e doação.
Assumir de vez a loucura de ser uno e integro na consumação de tantas metades, de tantas vidas, tantos amores, medos e derrotas que nos aniquilam dia-a-dia, e contra os quais nada fazemos
A não ser vê-lo chegar e passar, como se não fosse de nossa conta, o destino que vai se traçando firmando-se com nosso consentimento passivo irresponsável e covarde.



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