Nuvens de algodão
- Marta Gaino

- 24 de jul. de 2001
- 1 min de leitura
Nuvens, Nuvens de algodão sob meus pés, Leves e brancas, Que avisto por essa janela De onde observo a Terra Que passa veloz lá embaixo, Através de recortes e sombras.
Nuvens, Nuvens de algodão sobre minha cabeça, Escuras e pesadas, Que me aprisionam, dentro de minha vida, Impondo limites ao meu espaço, Impedindo-me de alcançar As estrelas que tenho Dentro de mim.
Nuvens, Nuvens de algodão que envolvem meu corpo, Macias e quentes, Quando penso que me amas, Mas, não entendes o que sinto, Por mais que eu te diga, Por não falarmos a mesma língua Apesar do carinho que temos um pelo outro.
Nuvens, Nuvens de algodão tapando minha visão, Carregadas e elétricas, Obstruindo meu destino Escondendo o futuro Trovoando pelo caminho Que procuro viver em felicidade Até o fim de meus dias.
Nuvens, Nuvens de algodão que se dispersam, Frágeis e voláteis Dentro de mim, Dissipando as certezas que tenho de quem sou No vácuo existente e distante Entre meus pés e cabeça Que deveriam agir com consciência de si.



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