Eu e o mar
- Marta Gaino

- 19 de out. de 2000
- 1 min de leitura
Tenho uma relação estranha com o mar; O amo por sua força e beleza e O temo pelos mesmos motivos.
Sua força que rompe e leva os obstáculos à sua frente, Que arrebenta nas pedras e eleva a espuma, Quebrando minhas certezas e conceitos internos.
Sua beleza que me arrebata e encanta, Que me invade e hipnotiza meus pensamentos, Controlando-me com seu canto profundo.
Fazendo-me rever, No vai e vem de suas ondas, Meus sentimentos, meus amores, minha vida.
O querer estar perto e o medo de estar dentro, De perder o controle de mim, de entrar e não mais sair De suas águas, de seu universo.
Aqui fora na areia da praia, sob o Sol, É tão mais fácil enxergar os caminhos, Decidir qual deles seguir.
Que caminhos são esses que desconheço como meus? Preciso aprender a nadar para encontrá-los, Dentro dessas águas turbulentas,
Que correm pelas correntezas de meu corpo, Que estão escondidos nos naufrágios que já vivi, Que esperam pela onda gigante
Que está por vir a qualquer hora, Que me dividirá em partes, Tantas quantas nas quais ele me desfaça,
E novamente me recomponha, Para que eu possa mais uma vez Reconhecer-me ainda, como sendo eu mesma.



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