Dores

Que dor é essa que me consome por dentro Dilacera minhas entranhas e me oprime, se esvai em lágrimas numa fonte que nunca seca.

Que mágoa é essa que cresce e cresce sem parar Não se distrai e não me deixa mais sorrir, Entristecendo-me dia-a-dia.

Que impotência é essa que anula minha vontade Impede-me de agir, sorvendo minhas energias, Prostrando-me ao largo a observar a vida passar.

Que esperança é essa que ainda resiste aguardando que tudo se resolva Para que possa escolher por onde seguir

Que amor é esse que me reduz Que vida é essa que não vivo Que tempo é esse que não tenho Que espaço é esse que não uso Que eu sou esse, que eu não sou?