Declaração de amor a Bahia
- Marta Gaino

- 7 de jul. de 1998
- 2 min de leitura
Só para não perder o costume lá vai mais um pensamento noturno:
Declaração de amor a Bahia
Essa gente que vem lá do sul, Do frio, de terno, de azul, Essa gente que traz a chuva consigo, Essa gente que fala comigo, Essa que já fui um dia, Que tem medo de água fria,
Essa paulista atrapalhada, Essa menina abaianada, Que levanta de manhã e feito febre terçã, não sabe qual pé pisa o chão primeiro. O esquerdo paulista, o direito baiano. Que mistura maluca, deu certo a final. Lógica nunca teve muita, mas a sabedoria vem com o tempo.
O que trouxe daquela terra, foi a vontade de fazer sempre mais. O que encontrou por aqui, foi o espaço e a licença para fazer. O que a imaginação mandar, O que o coração pedir.
Acabaram as rimas, mas não o assunto.
De manhã, lá pelas cinco, quando você acorda e não sabe direito quem é nem onde está. Quando o pé esquerdo toca o chão pensando que terá mais um dia normal pela frente, e o direito logo pula e sai arrastando o corpo até o guarda-roupa. Sonolento o abre e vê tantos azuis, vermelhos, verdes, rosas e amarelos percebendo que afinal o dia não será tão comum assim; que verde e vermelho se combinam (aqui, não lá ), que a imaginação já estava trabalhando enquanto você fingia dormir, que o Sol não vai ficar te esperando, que o mar vai continuar batendo na praia, que a vida está acontecendo de novo apesar de você. Não resta muita coisa a não ser agradecer ao destino por ter nos conduzido até este lugar. Salve Cabral! Sei lá , está na hora de acordar.
Os pés se alinham, os feixes neurais se penteiam; esquerdo para um lado e direito para o outro. Depois é só balançar a cabeça que tudo volta ao lugar certo. Levantar e seguir o roteiro da manhã: * Conferir a energia dos chakras, * Beijar os meninos, * Dar um cheiro no marido, * Pegar as chaves, * Cair na rua. Bom dia, Bahia!



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