Corredores brancos
- Marta Gaino

- 23 de mai. de 2001
- 1 min de leitura
Endureço o coração toda vez que entro nesse corredor entre gritos, ais e muitas dores. No meio de tantas historias que se cruzam em tragédias que se sucedem. Vidas que se perdem nos desencontros de quem procura e quem atende.
Obstruir os ouvidos para não entrar no sofrimento alheio Examinando de fora o caso fichado à nossa frente. Mas meu coração ouve e se ressente com tanta dor e violência Fratura exposta, velada e burocrática. Agita-se na tentativa de socorro, de ajuda ou assistência.
Em ações que se perdem debatendo-se entre impossibilidades administrativas Sob a negativa do amor, na insalubridade dos sentimentos, No coletivo bárbaro que reduz a todos aos números de registro e produtividade.
A gota que resolve o problema de consciência, mas não convence o coração, que chora sozinho no peito Sentindo falta do calor solidário, mola mestra da sobrevivência da humanidade.



Comentários